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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Compras à vista



Quer me ver acuado? Me peça para fazer compras em um super/hipermercado. Me sinto roubando. Tenho medo das prateleiras. Eu sei o que devo comprar, eu sempre sei, mas os produtos ficam paquerando comigo e, de repente, me vejo estendendo a mão a algo que não quero nem preciso. Sempre acho que vai dar problema (estouro de limite no cartão, perda de carteira/dinheiro) na hora de pagar. Não chega a ser um inferno, mas é algo entre ele e o purgatório. 

Hoje foi um dia desses: dia de compras. "Vou sacar algum dinheiro num caixa eletrônico, aproveito e compro algumas coisas necessárias...", pensava comigo. Uma tentativa de me acalmar e me preparar para o martírio das compras. 

Entrei no estabelecimento e... me perdi. Na verdade eu fiquei bem próximo à entrada, do lado de dentro, mas sem saber para onde ir. Procurei um caixa eletrônico nos arredores, não avistei nenhum. Andei olhando desconfiado para os caixas e, imaginem a cena: um careca de 1,81m, cento e tantos quilos, com uma mochila nas costas, apertando os olhos enquanto procura sabe-se o quê. Eu não acharia estranho se o pessoal da segurança me abordasse. Enfim, decidi comprar algo e sacar o dinheiro depois. 

O desafio desta nova etapa ficou por conta de encontrar uma cesta ou carrinho. Eu via pessoas surgindo com seus carrinhos - pareciam ter brotado do chão com eles - mas não via onde era possível conseguir um para mim. Isso me causou certa frustração, me fez apertar mais ainda o olhos (que quase não tenho) e me fez franzir o cenho e 'virar os beiços', como se diz. Virei uma carranca ambulante. 

Eu faço caretas sem perceber, é a maneira mais comum de expressar o que sinto, já que falo pouco. Se um dia me vir assim, saiba que essa ainda não é a minha forma final... Ops! Quis dizer: não pense que estou com dor de barriga, calos nos pés, sentindo alguma dor ou algum odor ou, o mais comum, raiva de alguém. Apenas estarei 'dizendo' que sinto algum desconforto, nada demais. 

Não tente imaginar com que aparência fiquei enquanto perambulava à procura de um carrinho. Isso durou alguns poucos minutos, mas minha 'forma hollow' veio à tona e eu já estava prestes a levar todas aquelas almas simplórias comigo ao 'Hueco Mundo', quando um carrinho brotou no corredor em que eu estava - eu sabia que eles brotavam do nada! 

Vibrei com o achado. Era um carrinho abandonado, ainda com alguns produtos dentro. Esvaziei-o e segui em frente. Próxima parada: uma prateleira que tenha leite. 

Triste isso, né? Tudo organizado em seções e eu procurando uma prateleira que tenha leite. Sei lá, eu costumo dificultar as coisas, às vezes, quase sempre, frequentemente. Masoquismo? Não, não sinto prazer em sofrer procurando prateleiras. Apenas me sinto eu mesmo fazendo compras sozinho. No final tudo sempre acaba bem. 

Compradas as coisas que eram necessárias (quinze itens ao todo) me dirigi à fila de pequenos volumes, para ser empurrado até o caixa. Sim, porque as pessoas se empurram até lá. A fila se move como uma esteira, nem um passo é necessário. Apenas ponha-se na fila e seja empurrado até o caixa. Nada mais prático. 

Aguardei impaciente (ainda tinha um saque a resolver) até que minha vez chegou. "CAIXA 02", indicava o painel. Agora era necessário caminhar. Andei (ou me arrastei) desajeitado até o caixa. Esperei passar a compra. Fui informado do valor. Inseri meu cartão no local indicado e, como eu temia, os problemas começaram. Erro de leitura, o visor da maquina apagava etc e tal. O caixa (em treinamento) quase se desespera, um amigo o ajuda, segue-se um ritual de pagamento após o outro e, ao que me parece, a 'divindade' não aceitava a oferenda. Lá pela décima enésima tentativa, podiamos ler: "TRANSAÇÃO ACEITA" e todos viveram felizes para... Não, não. Ainda havia o saque. 

Sacolas em punho, embriagado da alegria de ter me visto passar, sem maiores danos, por tudo aquilo. Levitei em direção aos caixas eletrônicos. Com essas entidades lido melhor. Fiz o que devia ser feito, cometi um erro ou outro, saquei o valor que a máquina recomendou (sim, pois o valor que eu queria era inferior ao valor mínimo que ela disponibilizava) e fugi dali, sorrateiramente, sob uma gentil garoa, em direção à parada de ônibus mais próxima. 

Contei meus pecados, e olha que não são poucos, à espera do ônibus. A noite estava apenas começando, mas eu nem sempre tenho noção do tempo. A demorada chegada do ônibus me faria lembrar que há algo pior que fazer compras, mas isso fica para outra prosa. 


sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Declaração



Não sou mar, espelho do teu céu 
Sou arte em pedra, tesoura e papel 
Não sei mais que ser o que já sou 
Sou o vento veloz em pleno voo 
Sou o bronze do sino e por ti soo 
Sou o que sou e findo sendo teu.


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