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terça-feira, 24 de junho de 2008

A folha



Ao olhar aquela triste folha, amarelada pelo tempo, pendendo num fino fio que insistia em ligá-la ao galho, vi minha própria existência e saudei com respeito aquela folha moribunda.
Tão passageira é a vida que nem nos damos conta da brevidade dos nossos dias, quando tentamos calculá-los já pusemos um pé na cova e, o outro prepara-se para chegar lá.
A infância, despreocupada e doce, anseia tanto pela juventude que passa como um raio. A juventude é igualmente efêmera e esvai-se enquanto nos prendemos às frivolidades. Chegamos à idade adulta e as preocupações nos tomam a mente: cuidados com o trabalho, família & Cia, caso não nos tenham roubado uma das fases anteriores, ocupam os dias dessa fase da vida. Enfim, já velhos, sentimos o peso dos dias perdidos de cada fase anterior e, enquanto pensamos em quanto tempo perdemos a morte chega-se tão devagarinho e, depressa, nos leva.
Mas aquela folha não pensava assim, pendia presa por um fio, talvez um fio de esperança de que fosse notada na passagem por essa efêmera vida.
Aproveitar cada momento dessa vida, não gastar um instante sequer com futilidades. Fazer de cada queda uma lição, de cada sonho um objetivo, de cada obstáculo um trampolim para saltar adiante e continuar vivendo, ainda que seja apenas um fio de vida que nos reste... talvez viver seja algo assim. Aquela folha é que o sabia.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Mal-entendido



Hoje conheci uma garota incrível. Tinha um olhar penetrante, um sorriso misterioso, era maravilhosamente linda. Seus cabelos eram castanho-escuros e cacheados e, emolduravam um lindo rosto bronzeado. Cheguei mais perto e puxei conversa, ela me ouviu, mas nada respondeu. Passei algum tempo tentando chamar-lhe a atenção com canções e poemas, contei até piadas e convidei-a para passear. Fiz o que pude, de nada adiantou.
Eu não sou de desistir fácil, continuei investindo e procurando oportunidades, por fim declarei: "Você é a moça mais linda que eu já vi em toda minha vida. Desde o primeiro olhar me achei perdido de amores por ti!".
E continuei ali parado esperando uma resposta. Ela permaneceu em silêncio, mas aquele sorriso maravilhoso parecia ser a resposta. Na minha espera, pessoas foram chegando ao redor e nos cercando. Não havia como ela permancer em silêncio por mais tempo, pensei comigo. De repente, algo quebrou o clima.
- Parado aí! Mãos na cabeça! Encostado na parede!
Eram vozes masculinas e eu esperava a voz doce da moça. Mas tive que dar atenção àqueles intrometidos e quando me dei conta, estava sendo detido pela segurança do museu. Disseram que estavam observando minhas ações desde que eu me aproximei do quadro.
A moça linda, que me roubou o coração, era um óleo sobre tela de um pintor do qual esqueço o nome. E eu fui levado sob custódia como suspeito de roubar obras de arte.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A corrida pela vida



Além de ser tão miúdo, não poderia se distingüir em meio àquela multidão, pois todos tinham a mesma aparência e corriam na mesma direção. Era apenas mais um em meio a uma nuvem de iguais, iguais na aparência e no objetivo de vida. Mas ele prosseguiu e lutou.
E foi avançando e ganhando posições, até se ver com poucos concorrentes. Estava perto de terminar sua carreira e colocou sua vida nesse último esforço. E lá vai ele, aproxima-se da linha de chegada, rompe a barreira e BUMMM! Houve uma explosão de vida.
Uma única explosão gerou incontáveis possibilidades. E ele, que era só mais um, conseguiu gerar algo novo e único. E essa novidade, essa nova criatura também se engaja numa corrida: Outra corrida pela vida.
A corrida pela vida é uma corrida mista: Ora requer velocidade, ora requer resistência; Às vezes se enfrenta obstáculos, outras vezes se faz revezamento e cabe à posteridade continuar correndo.
Assim corre o ciclo das gerações, assim você veio ao mundo e chegou a ser o que é: Um ser único... correndo pela vida.

terça-feira, 3 de junho de 2008

Epístola aos loucos



Dos sete sábios chineses, o oitavo era um louco tibetano. Esse oitavo concluiu que a terra era redonda e achatada nas "quinas" e que a matéria era formada de partículas "indivisíveis" formadas por outras partículas menores que por sua vez eram formadas por outras ainda menores, todas invisíveis. Mas é certo que existem.
Um dia esse oitavo sábio chinês, que era um louco tibetano, chegou a entender que todas as formas de vida evoluíram a partir de uma sopa de letrinhas, da qual alguém comeu várias letras restando apenas três: D, N e A. Ainda chegou a declarar que tanto os homens quanto os símios tiveram um antepassado comum, além da ameba primeva da qual surgiram todas as formas de vida, um primata primevo: um cara baixinho e peludo com cara de macaco, mas que era gente boa e nunca fez mal a ninguém. Diz-se que parecia com os atuais muriquis.
O mesmo sábio profetizou que o Brasil seria descoberto por chineses, esquimós, vikings, fenícios e espanhóis. Estes últimos cobririam o Brasil novamente para que os portugueses pudessem redescobri-lo.
A sua maior descoberta, que revoltou os outros sete, foi o ateísmo: Ele declarou que toda divindade é invenção humana e não se deve dar crédito a nenhuma delas. Mas como ele também era humano, concluiu que o seu ateísmo era uma invenção humana e não se devia aceitá-lo como verdade. Depois ele inventou o "Relativismo Absoluto" e mandou toda certeza às favas, amenizando as dúvidas. Tudo agora é relativo, menos o relativismo, visto que é tido como absoluto.
Por fim ele se suicidou, casou-se com uma das sete virgens do paraíso que eram reservadas ao seu primo terrorista, voltou a morar em Campina Grande e psicografou o texto que você acabou de ler.

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