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sábado, 19 de abril de 2008

O último dia da minha vida



Um dia acordei pensando que ia morrer exatamente naquele dia. Fui me preparando pra enfrentar o último dia da minha vida.
Fiz uma oração ao levantar da cama, tomei meu banho pensando no dia anterior. Me preparei para o trabalho, vesti a farda, peguei minha bolsa e, antes de sair beijei a testa da minha mãe, pedi sua benção e disse que a amava.
Fui a pé ao trabalho, como fazia todos os dias. Atravessei a rodovia pensando:
- Será que vou morrer agora? Serei atropelado? Será que a roda daquela carreta vai se desprender e me atingir? O que vai me acontecer agora?
Caminhei até a empresa onde trabalhava, cheguei lá ileso. Saudei o vigilante com um "bom dia", também aos companheiros do escritório e do setor de produção. Entrei para minha sala, iniciei meu expediente.
A rotina era a seguinte: Iniciar os computadores; verificar tarefas pendentes na bandeja de correspondência e no quadro de avisos; checar emails; emitir relatórios para a primeira reunião do dia. Tudo isso era feito entre uma emissão de nota fiscal e outra. Às vezes apareciam tarefas extras como redigir uma carta, memorando ou coisa parecida.
Fiz tudo com o maior esmero, tratei as pessoas da melhor forma possível e encerrei o expediente com uma sensação de “dever cumprido”. Agradeci a Deus por concluir o expediente e me despedi dos colegas de trabalho.
Ao voltar para casa, eu percorreria o mesmo caminho só que no sentido inverso. Voltei pensando:
- Desta vez eu não escapo!
Ao chegar no ponto em que atravessaria a rodovia, vi-me com mais chances de morrer. O movimento de automóveis era bem maior. Virei-me e olhei para o sol que morria no horizonte, suspirei. Voltei-me para a rodovia e iniciei a travessia.
O coração acelerou e a medida em que os veículos passavam eu pensava em como havia me comportado naquele dia.
- Até que não me saí mal. Pensei.
De repente havia terminado a travessia, com mais alguns minutos me vi chegar em casa. Jantei, agradeci a minha mãe pelo jantar e fui conversar um bocado com meus irmãos (nunca havia valorizado tanto esses momentos). Deitei-me para dormir, esperei o sono chegar e continuava a me sentir vivo. O sono chegou.
Adormeci pensando em tudo o que aconteceu e acordei com o seguinte pensamento:
Deve-se viver cada dia como se fosse o último.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Vida e propósito



O discípulo chega ao pé do mestre iluminado e pergunta:
- Qual deve ser o propósito da minha jornada?
O mestre responde:
- Isso é algo que só você poderá responder, mas terá que caminhar muito até que descubra.
O discípulo, insatisfeito com a resposta, levanta outra questão:
- E qual é o propósito da sua jornada, mestre?
O mestre olha para o discípulo e, com um olhar sereno, ri.
- Sabe há quanto tempo venho peregrinando, meu filho?
- Não, mestre. Há pouco comecei a te seguir. Não sei o tempo das tuas peregrinações e contemplação.
- Pois é, meu filho. Já tenho setenta anos de peregrinação. Desde os catorze anos tenho buscado a iluminação. Já enfrentei muitos obstáculos: Fome, guerras, doenças, oposição de falsos irmãos, prisões e, até cheguei a questionar o motivo da minha jornada por várias vezes. Passei por todas essas coisas e sei que ainda passarei por muitas outras.
O discípulo ouvia tudo com atenção, mas queria tanto ter a sua pergunta respondida que não pensou duas vezes antes de interromper seu mestre.
- Quero saber o motivo da sua jornada mestre e não a sua história de vida!
O mestre permaneceu com o mesmo ar de serenidade e continuou:
- Você já pensou no motivo pelo qual o rio corre desde as montanhas para desaguar no mar ou por que as folhas caem e se deixam levar pelo vento?
O discípulo não pareceu satisfeito com as palavras do mestre. Não tinha uma resposta concreta. Mas o mestre ainda não havia terminado o discurso.
- Minha jornada não tem motivo. Ela é o motivo. O motivo pelo qual me disponho a ouvir os que lamentam e lhes dar consolo, o motivo pelo qual reparto meu pão com os famintos, o motivo pelo qual me esforço dia após dia. Tudo o que quero é concluir minha jornada e ela não tem motivos, ela é o motivo. Considerando que minha jornada é a minha vida, o motivo pelo qual exercito a caridade é simplesmente poque existo. O fato de estar vivo, de ter essa dádiva que é a vida, me motiva a cada nascer do sol, me faz querer deixar um legado incorruptível para a posteridade: O entendimento de que a vida é motivo pelo qual se deve exercer a caridade, não importa quão difícil seja essa vida.
O discípulo calou-se. Agora começava descobrir a resposta para seus próprios questionamentos.
A vida é o motivo para o exercício da caridade. (Mestre Iscmoh)

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Vidagame



Sempre quis ser forte, o mais forte da turma. Essa sempre foi a minha maior fraqueza. Eu pensava na vida como um jogo eletrônico, em parte eu estava certo, mas nunca reparei que não havia um save, um load save, um memory stick, um botão de power ou de reset. Assim fui trilhando o caminho que me parecia mais fácil, até notar a ausência desses recursos no meu jogo, errr... quiz dizer, na minha vida.
Começou com a perda de alguns companheiros de jogo, eles se iam e não voltavam. Aí percebi algo estranho: Nesse jogo você já começa na vida 0 (zero) e não há como voltar de um save point após a perda dessa vida.
Mas continuei jogando.
A próxima descoberta foi a quantidade infinita de desafios, sub-chefes e chefes que esse jogo tem e, uma infinidade de fases. Mas eu estava achando o máximo, ganhando levels e "itens", fui evoluindo. Alguns itens foram se tornando indispensáveis, pois me permitiam fazer grandes viagens e até entrar em mundos alternativos. Havia cogumelos que davam vida, pó que permitia fazer viagens entre mundos, tinha até um cigarro de erva que possibilitava algumas viagens (esse era muito utilizado) com a vantagem de se sofrer menos danos (era o que diziam).
Quando cheguei no level 999 (20 anos, talvez mais cedo que muitos) meu jogo travou. Não sei qual foi o motivo, mas meu char acabou em uma tal de clínica de desintoxicação. Foi lá que alguém me disse uma frase interessante: "Não JOGUE sua vida fora!"
Graças a Deus que eu não cheguei ao fim do jogo, alguns amigos viram a tela de Game Over[dose] e se foram, para tristeza de suas famílias.
Então é isso. A vida tem mesmo desafios e fases, mas é bem diferente dos games. Hoje eu digo: Viva intensamente, mas não jogue sua vida fora!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Você se foi



Você se foi...
E agora? Quem vai rir das minhas piadas sem graça? Quem vai me chamar de bobo e reclamar dos meus cafunés mal feitos? Quem será meu motivo de chegar mais cedo? Quem vai me pedir, com tanta doçura, que eu falte a um compromisso importante? Quem vai reclamar do meu atraso e, me pedir um beijo como compensação? Quem vai ler os meus rascunhos e corrigir os meus erros de português?
Meu mundo está confuso. Nunca pensei que alguém fosse me fazer tanta falta. Mas também nunca pensei que poderia te perder.
Você sempre esteve ali, ao meu lado. Parecia possuir a eternidade, sempre me acompanhando como se fosse a minha própria sombra (porém você brilhava). Seus sussurros mudavam o curso das minhas atitudes, seus conselhos me enobreciam a alma, seus carinhos me renovavam as forças, seu amor me fazia sentir que a vida vale a pena. Mas agora questiono o valor da vida. Será que vale a pena continuar sem você?
Você citaria Fernando Pessoa: "Tudo vale a pena se a alma não é pequena". Mas o que dava volume a essa minha alma mesquinha era o vulto da tua existência. E você se foi...
Eu ainda estou aqui contando os meus dedos, olhando para minhas mãos como quem procura algo. Quem dera pudesse te trazer de volta!
Ainda toco a campainha quando chego em casa à tardinha. Ainda peço pizza pra dois e, ainda compro flores e bombons nas datas especiais. Ainda sou o mesmo bobo contando piadas sem graça e ainda não aprendi a fazer cafunés. Tudo parece estar do mesmo jeito, contudo a tua ausência faz toda a diferença.
A tua partida levou a minha vida. O que resta de mim? Sou apenas um zumbi vagando, uma alma penada perdida no mundo dos vivos.
Você se foi, mas eu também morri.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Covardia



Eu não devia estar lá, mas lá estava eu. Não tinha a intenção de chegar ali, mas ali cheguei. Olhei para um lado e para o outro e tudo o que vi foi o meu reflexo turvo num espelho empoeirado.
- Será que eu estou tão mal assim? Pensei comigo mesmo. E na verdade estava pior do que parecia.
Porém, pensando bem... O que me garante que eu tenha estado lá ou que tenha chegado ali ou ainda, que aquele reflexo era meu?
O vento é minha testemunha, o solo debaixo dos meus pés também. É uma pena que eles sempre se calem na hora em que eu mais preciso deles. Eu não puxei aquele gatilho, eu não fiz aquele corpo tombar, inerte. Não era eu. Ou será que era? Podia ser você também e eu poderia ser aquele corpo. Não me diga que não tem motivos pra isso. Quando não temos motivos acabamos criando vários deles. Eu também não tinha motivos.
Será que eu não sou o corpo inerte? Confesse que atirou em mim, eu vou te dar o meu perdão. Por que você está calado? Você é o corpo inerte?! O sangue sobre o seu peito e a palidez do seu rosto não negam. E a arma? Meu Deus!! A arma está na minha mão!! Como pude fazer isso? Que covardia!
Vamos rever o quadro. Minha mão, minha arma, um espelho empoeirado, meu rosto pálido, meu peito ensangüentado... espera!!
Meu rosto pálido e meu peito ensangüentado!? Sim, são meus! Tudo meu, então eu atirei em mim?! Covardia!

(14/11/2007)

Bem vindos!



Este é o meu primeiro post e o meu primeiro blog também.
Este espaço vai abrigar diversos "retalhos" de textos de minha autoria. Espero que vocês apreciem.
Fiquem com Deus.

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