Eu não devia estar lá, mas lá estava eu. Não tinha a intenção de chegar ali, mas ali cheguei. Olhei para um lado e para o outro e tudo o que vi foi o meu reflexo turvo num espelho empoeirado.
- Será que eu estou tão mal assim? Pensei comigo mesmo. E na verdade estava pior do que parecia.
Porém, pensando bem... O que me garante que eu tenha estado lá ou que tenha chegado ali ou ainda, que aquele reflexo era meu?
O vento é minha testemunha, o solo debaixo dos meus pés também. É uma pena que eles sempre se calem na hora em que eu mais preciso deles. Eu não puxei aquele gatilho, eu não fiz aquele corpo tombar, inerte. Não era eu. Ou será que era? Podia ser você também e eu poderia ser aquele corpo. Não me diga que não tem motivos pra isso. Quando não temos motivos acabamos criando vários deles. Eu também não tinha motivos.
Será que eu não sou o corpo inerte? Confesse que atirou em mim, eu vou te dar o meu perdão. Por que você está calado? Você é o corpo inerte?! O sangue sobre o seu peito e a palidez do seu rosto não negam. E a arma? Meu Deus!! A arma está na minha mão!! Como pude fazer isso? Que covardia!
Vamos rever o quadro. Minha mão, minha arma, um espelho empoeirado, meu rosto pálido, meu peito ensangüentado... espera!!
Meu rosto pálido e meu peito ensangüentado!? Sim, são meus! Tudo meu, então eu atirei em mim?! Covardia!
(14/11/2007)
- Será que eu estou tão mal assim? Pensei comigo mesmo. E na verdade estava pior do que parecia.
Porém, pensando bem... O que me garante que eu tenha estado lá ou que tenha chegado ali ou ainda, que aquele reflexo era meu?
O vento é minha testemunha, o solo debaixo dos meus pés também. É uma pena que eles sempre se calem na hora em que eu mais preciso deles. Eu não puxei aquele gatilho, eu não fiz aquele corpo tombar, inerte. Não era eu. Ou será que era? Podia ser você também e eu poderia ser aquele corpo. Não me diga que não tem motivos pra isso. Quando não temos motivos acabamos criando vários deles. Eu também não tinha motivos.
Será que eu não sou o corpo inerte? Confesse que atirou em mim, eu vou te dar o meu perdão. Por que você está calado? Você é o corpo inerte?! O sangue sobre o seu peito e a palidez do seu rosto não negam. E a arma? Meu Deus!! A arma está na minha mão!! Como pude fazer isso? Que covardia!
Vamos rever o quadro. Minha mão, minha arma, um espelho empoeirado, meu rosto pálido, meu peito ensangüentado... espera!!
Meu rosto pálido e meu peito ensangüentado!? Sim, são meus! Tudo meu, então eu atirei em mim?! Covardia!
(14/11/2007)
4 comentários:
Loucura,loucura, loucura![/luciano huck]
Parabéns campeão!
caraca
muito bom hehe
É o número um das crias
Escrevi ele numa dessas noites tristes da vida. Daí, inventei de enviar por email pra o pessoal da turma do curso no CEFET; o pessoal gostou e vieram os incentivos. Assim que coloquei o blog, só pensava em publicar ele. =)
Texto cheio de lembranças.
É o número um das crias
Escrevi ele numa dessas noites tristes da vida. Daí, inventei de enviar por email pra o pessoal da turma do curso no CEFET; o pessoal gostou e vieram os incentivos. Assim que coloquei o blog, só pensava em publicar ele. =)
Texto cheio de lembranças.
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