Suzana tinha um cavalo amarelo. Seu nome era Branco.
Não era um animal de passeio nem de exibição. Era um animal trabalhador. Motor e ferramenta. Transporte de carga e de gente.
Anos passados de uma vida sofrida, Branco faleceu. Fizeram-lhe todas as homenagens possíveis. Trataram de encomendar uma estátua para ser posta na praça da cidade. Deram-lhe todas as honras, apreço e carinho (simbólico, é claro) que lhe negaram durante toda a vida.
Assim todos ficaram satisfeitos, de consciência leve, livres da culpa e cheios de medalhas de caridade no peito. E o cavalo, morto.
Suzana suicidou-se.