Atílio, Nestor e José conversando sobre a dura vida do brasileiro.
Atílio, revoltado, resmungou:
— E o preço da gasolina, hein, Nestor?!
Nestor, indiferente diz:
— Sei lá, Atílio. Ando de bicicleta ou a pé. Não vejo diferença.
Agora, me diz uma coisa, José. E essa cesta básica, hein? Tá quase virando punhado básico…
José interrompe:
— Não me faz falta, Nestor. Passo fome desde a inauguração de Brasília. E se eu tivesse dinheiro pra um litro de gasolina que fosse, ensoparia meus trapos e tacaria fogo em meus restos viventes…
Atílio e Nestor exclamam a uma:
— Com que isqueiro?!
— Com que fósforos?!
José responde com um sorriso maroto:
— O que não faltam são bitucas, caros amigos.
Todos suspiram aliviados. E cada um vai para sua mansão, casa e praça, respectivamente.
Obs.: O aniversário de José e de Brasília é coincidente, nada mais que isso. Vai dizer que nenhum brasileiro sofredor nasceu naquele 21 de abril de 1960?
O triste é que o José vem sofrendo desde o berço (se é que ele teve um).