Ela falou: quero pintar o cabelo.
Disse: eu quero vermelho
E vai ter que ser assim.
Ela insiste em brigar com o espelho
E, se eu fico no meio,
A coisa sobra pra mim.
Eu não entendo essa mania, essa manha,
Mas se eu falar, ela estranha,
Então é melhor calar.
E quando calo ela puxa conversa.
Quero ficar fora dessa
E ela quer conversar.
Fala do peso, duma unha quebrada.
Eu não entendo mais nada,
Ela parece tão bem.
Ela reclama que está feia e está gorda.
Acho que está mais pra doida,
Mas é melhor dizer nem.
Ela é tão linda que me deixa abobado
E, se estou ao seu lado,
Eu mal consigo pensar.
Se digo a ela tudo isso que sinto,
Ela acha tudo tão lindo,
Mas logo deixa pra lá.
Volta a falar que está cansada de tudo,
Que desabou o seu mundo,
Pois sua bolsa estragou.
Chora o sapato que morreu anteontem,
Lamenta a falta de fome
E grita que engordou.
Fico perdido nessa conversa dela,
Mas gosto de estar com ela.
Até aqui, tudo bem.
Mas se um dia ela ficar maluca,
Com tanta coisa na cuca,
Eu fico doido também.
Pequeno corte em uma conversa com Mônica e Valéria.
Há 2 semanas
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